A PUC Paraná anunciou uma revolução na estratégia pedagógica para todos os seus cursos, já para ser implantada até o próximo ano, incluindo uma forte abordagem em aprendizagem ativa, dupla diplomação com instituição norte-americana e até salas especialmente desenhadas para outros formatos de aprendizagem que não seja a tradicional aula expositiva.

O que mais impressiona na notícia é a escala em que a instituição propõe implementar metodologias ativas. A matéria da Gazeta do Povo indica que todos os cursos da instituição sofrerão as mudanças, o que é um marco de inovação num país bastante conservador em metodologias educacionais. Atividades de aprendizagem ativas se encontra em qualquer grande instituição, mas tal como afirma Cintia Spricigo, diretora de suporte à graduação da PUC/PR, são em geral iniciativas experimentais, nem de longe uma mudança de política educacional como o que está a ocorrer na sua instituição.

Fico imaginando o esforço necessário para tal implantação. Primeiro em termos de planejamento, pois embora se tenha suporte de instituições estrangeiras, há toda uma burocracia a ser superada. especialmente aquela junto ao MEC. Depois há a necessidade de capacitação docente, pois o professor é um elemento chave na implantação de metodologias ativas e se não estiver bastante ciente do que está fazendo, acaba comprometendo todo o processo. Por fim ainda tem a mudança operacional e de estrutura. A matéria não trás detalhes, mas não consigo imaginar implementação de metodologias ativas com turmas de 50 ou 60 alunos como comumente vemos nas instituições de nível superior no Brasil. Mesmo com salas redesenhadas para facilitar as atividades da metodologia ativa de aprendizagem, a relação número de alunos professor por turma demanda de drástica redução. Aliás, nem sequer o termo ‘turma’ mantem seu sentido convencional.

Fico na torcida que dê tudo certo, pois é um fio de esperança que tenho para inovação na educação superior no Brasil. Assim, mesmo que seja apenas algumas poucas universidades que o façam, será possível separar o joio do trigo, ou seja, as plantas de produção em massa de diplomas das instituições de ensino educacionais efetivamente comprometidas com aprendizagem e não somente com um ‘pseudo-ensino’.

A matéria sobre as mudanças na PUC/PR pode ser acessada neste link.

 

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